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sábado, setembro 09, 2006

Soneto a Pablo Neruda



Vinícius de Moraes

Quantos caminhos não fizemos juntos
Neruda, meu irmão, meu companheiro...
Mas este encontro súbito, entre muitos
Não foi ele o mais belo e verdadeiro?

Canto maior, canto menor – dois cantos
Fazem-se agora ouvir sob o Cruzeiro
E em seu recesso as cóleras e os prantos
Do homem chileno e do homem brasileiro

E o seu amor – o amor que hoje encontramos...
Por isso, ao se tocarem nossos ramos
Celebro-te ainda além, Canto Geral

Porque como eu, bicho pesado, voas
Mas mais alto e melhor do céu entoas
Teu furioso canto material!



Atlântico Sul, a caminho do Rio, 1960